sexta-feira, 16 de junho de 2017

Trekking na Cascata da Forqueta e Garapiá 1/2

Semana do meu aniversário e feriado de Corpus Christi, decidi programar um trekking alucinante de 4 dias (2 dias para ir e voltar e 2 para exploração) pois já havia agendado para terça inúmeros compromissos.

O lugar que hoje mais desejo conhecer no RS é o Parque Nacional da Serra Geral, particularmente a parte dos Cânions de Cambará do Sul, mas para realizar essa aventura de forma plena será necessário no mínimo 7 dias (explorando a parte superior e inferior). Com esse problema em mãos fiquei pensando qual seria o lugar que substituiria a altura Cambará... foi então que na área de trabalho do meu laptop encontrei a pasta Maquiné, em que já havia tudo planejado para as Cascatas da Forqueta e Garapiá (fiz esse projeto quando ainda residia na cidade de Rio Grande).




Programação inicial feito ainda quando eu morava em Rio Grande.

Roteiro perfeito para ser feito em 4 dias com folga e com um visual deslumbrante, ele voltou a pauta. Liguei para a pousada Baite Bella Luna e fui informado que havia disponibilidade de acampar na data que eu precisaria. Também fui informado pela simpática proprietária, Kika Host, de que o único ônibus que vai de Porto Alegre para Maquiné sai às 14h (muito bom quando o local que você irá ficar lhe passa todas essas informações, mesmo sem você pedir. Demonstram atenção e cuidado com o cliente).

Arrumei a mochila de véspera e no dia seguinte, as 6:30h, estava na rodoviária de Dom Feliciano (estava nessa cidade na ocasião) partindo para PoA. Cheguei em PoA as 10h, almocei pela rodoviária e esperei até as 14h (único horário) para embarcar no ônibus para Barra do Ouro. De PoA até lá são menos de 3h de viagem e descendo no ponto final desse pequeno distrito a caminhada começa até o camping. Ao telefone havia sido informado que eram cerca de 2h de caminhada, mas fiz os 6,21 km em 1:08h.



Caminhada inicial de 1:08h (6,21 km) do ponto final de Barra do Ouro até o camping Baite Bella Luna.


Caminho muito bem sinalizado!!!


Metade do caminho!!!


Cheguei no camping pouco antes das 18h e por ser baixa temporada a área de camping era toda minha. Escolhi um ótimo lugar para montar a barraca, conversei um pouco com os proprietários e hóspedes dos chalés, comi alguma coisa e fui dormir.





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Assista o vídeo dessa aventura:


Trekking na Cascata da Forqueta e Garapiá 2/2

Acordei as 6h do dia seguinte com o sol literalmente batendo na entrada da minha barraca. Arrumei-me, comi e segui sentido Cascata da Forqueta. Fiz o trajeto de 5,91 km do camping até a entrada da trilha da Forqueta em 2:10h. 



Daí você precisa atravessar o rio e entra na área de preservação, que dá uma trilha tenebrosa até a queda d’água. Fiz esse caminho em 22:56 minutos. 


Informação da trilha que leva para a Cascata da Forqueta.


A Cascata da Forqueta é menos freqüentada por ter o acesso mais difícil. O caminho além de mais demorado, possui alguns trechos em que você precisa atravessar o Rio Forqueta ou se aventurar por pequenas pontes de madeira que não são muito confiáveis. Essa cascata possui 70 metros de queda, piscina rasa, as pedras do paredão ao fundo são de tonalidade escura, há muitas rochas com lodo e o chão é muito liso (risco de queda iminente). Todo o seu entorno é na verdade uma fenda e o caminho que leva até a cascata, além de um pouco perigoso (exige um pouco de atenção) é EXTREMAMENTE LINDO!!! 





Caminho para a Cascata da Forqueta.

Sim, essa cascata tem uma energia toda mística, meio de outro mundo... diria que se você colocar a Cascata do Chuvisqueiro e Andorinhas (ver trekking Andorinhas eChuvisqueiro), em um liquidificador sai a Cascata da Forqueta. Achei ela uma mistura dessas duas.

Posteriormente fiquei sabendo que muitas pessoas já se acidentaram nesse caminho, mas hoje ela está "tranquila" (dizem que melhorou as condições da trilha e sinalização)... só seguir com muita calma e atenção.





Chegando nela é curtir e tirar muitas fotos.

Quis fazer a Cascata do Garapiá no mesmo dia e para isso tive que voltar todo o caminho que fiz até a Forqueta, para um pouco antes do seu fim seguir pela estrada de chão que dá para o Garapiá. Nesse ponto (início da estrada do Garapiá até a cascata) gastei 55:22 minutos. 


Tempo para chegar no Garapiá.


A Cascata do Garapiá é uma badalação só no verão. Possui fácil acesso e uma trilha bem sinalizada. Ela possui uma queda pequena, com uma piscina funda e parece que foi esculpida naquele local, de tão perfeita (parece um quadro). Tirei inúmeras fotos, fiz muitas filmagens e foi hora de partir. Foi lá que destaco um ponto negativo que muito me incomoda: a questão da consciência ambiental. 




Quando lá cheguei haviam 4 casais sendo que dois deles estavam consumindo cerveja (long neck) e jogando casca de bergamota (mixirica para nós que somos dos Sudeste) no rio. Vamos por partes:

- Se uma long neck daquela cai certamente irá quebrar nas pedras e produzir INÚMEROS pequenos fragmentos de vidros... esses fragmentos irão ficar lá podendo cortar alguém e poluindo o ambiente por muito tempo.

- Não é porque casca de bergamota é biodegradável que você irá atirá-la no Rio, sujando o mesmo. Já pensou se todo visitante decidir comer bergamota lá e jogar a casca no Rio... adeus lugar lindo e maravilhoso.

Em outro post eu já insisti nessa questão do impacto ambiental e acredito que todo leito de rio ou local de cascata deve ter a sua utilização muito monitorada.

Já muito cansado, peguei o caminho de volta para o camping. No caminho conversei com alguns nativos buscando informação de como chegar ao topo dos cânions de lá, mas fui desencorajado a fazê-lo no dia seguinte devido ao perigo (mata muito fechada e com muitas abelhas, cobras e etc). Claro que já peguei o contato de quem pode me guiar nessa aventura.

No mais é isso aí... ótimo roteiro para se fazer tanto sozinho quanto acompanhado. Acompanhado é certeza de um bom lazer, sozinho é um lugar perfeito para acertar os pensamentos e encontrar consigo mesmo.


Abraço a todos e até a próxima aventura!!!

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Assista o vídeo dessa aventura: