sábado, 23 de dezembro de 2017

Trilha do Rio do Boi (Cânion Itaimbezinho) - Praia Grande, SC

Depois que conheci os Cânions Itaimbezinho e Fortaleza por cima (clique aqui) era preciso explorar o seu interior. A primeira oportunidade que tive foi fazendo uma das trilhas mais bonitas do Brasil: a Trilha do Rio do Boi. 

Segundo a história, o rio que corta o Cânion Itaimbezinho recebeu esse nome devido a grande quantidade de gado que caia no seu interior. Hoje já não há mais esse risco e o local mudou muito desde que se tornou área de preservação (interessante ver como a natureza se recupera).

O dia dessa aventura foi 09/12/2017 e  fiz junto a uma empresa de eco turismo aqui de Porto Alegre (PoA), no estilo "bate-e-volta" (você vai mais inteiro pra trilha uma vez que não precisaria dirigir).

Peguei o ônibus as 5 horas da manhã no Mercado Público de PoA e #patiusantacatarina. Sim, a parte de dentro do Itaimbezinho tem que ser feita em Praia Grande, cidade de Santa Catarina (SC), próxima a divisa com o Rio Grande do Sul (RS)... enquanto a parte de cima é feita a partir da cidade gaúcha de Cambará do Sul.

Chegando em Praia Grande fomos recepcionados pelos guias na guarita central do parque e lá  recebemos caneleiras (recomendação do parque) para a proteção contra a picada de cobras (há um número enorme de serpentes na região) e choque contra as pedras. De lá o ônibus segue por uma estrada de chão até outro posto do parque onde a trilha irá começar.


Mapa da cidade de Praia Grande com os Cânions, já na parada antes de iniciar a trilha.


Logo no começo da trilha já me deparei com uma pequena serpente, provavelmente filhote, cruzando o nosso caminho. Nada para se apavorar... afinal elas possuem mais medo de nós do que o contrário e lembre-se: LÁ É A CASA DELAS E NÃO A SUA!!!

Uma vez na trilha, que começa em um trecho de mata, avistei uma jararaca média... cara, muito show!!! nunca estive frente-a-frente com uma das serpentes mais perigosas do Brasil. A trilha eu achei muito tranquila, fácil até e não preciso dizer que assumi a dianteira, meio que querendo ultrapassar o guia (não pode rsss).


Eu com a galerinha!!!

Depois de uma caminhada em mata fechada (evite colocar as mãos nos galhos o máximo que puder, pois eles estão repletos de lagartas - PERIGO) você chega a parte do rio, com bastante pedras.





Muitas lagartas e uma jovem jararaca (na última foto pode-se observar a sua cauda)... é preciso prestar muita atenção onde você põe a mãe e principalmente onde pisa.


Foi durante essa trilha que tive uma grata surpresa... que me deixou muito feliz:

AS MINHA BOTAS DA QUECHUA CONTINUA ÓTIMA!!!

Sim, nas trilhas do Parque das 8 Cachoeiras (clique aqui) tive muita dificuldade com ela, o que me levou a pensar que estava na hora de trocá-la... ledo engano!!! É o terreno de lá (8 Cachoeiras) que é realmente "impossível", acredito até que com qualquer bota. No terreno do Itaimbézinho elas foram perfeitas, parecendo até que haviam sido feitas especificamente para aquele terreno (pouco exagerado eu kkk).

Enfim, com confiança (nas botas rsss), não encontrei obstáculos e me senti muito bem caminhando pela trilha, improvisando até alguns (também me sentia como se tivesse sido feito para aquela trilha).





No meio da trilha uma bela cachoeira e os cânions tomando forma a sua frente.


Por diversos trechos você precisa atravessar o rio e para facilitar a travessia é preciso todos darem as mãos uns aos outros, em uma espécie de corrente humana, atravessando todos juntos. Chegando ao final da trilha você tem uma bela visão dos paredões do Itaimbezinho fazendo uma curva... é um visual perfeito para fotos e filmagens.



Ponto alto da trilha. Após esse ponto já  não podemos seguir. Aqui é o local para tirarmos aquela foto especial e eternizarmos a nossa passagem por esse local incrível.


Terminada a ida é hora de voltar e de repente fui surpreendido com o guia falando, durante uma travessia de rio, que iríamos parar na cachoeira Braço Forte, tomar um banho... cara, quando eu escutei aquilo, vi a cachoeira... fui tomado por uma emoção tão grande que sai lá de trás da fila e atravessei o rio sozinho, em uma parte muito mais profunda. Em poucos segundos passei todo mundo e lá estava eu como criança, pronto para entrar na cachoeira, só esperando a autorização do guia que ainda estava um pouco longe. Não preciso nem dizer o quanto gosto de água (♪♫♬...eu me criei na praia... surfe é o que eu sei... ♪♫♬ SQN kkk)



Refrescando o corpo após uma boa caminhada.


Fui o primeiro a entrar e o último a sair. 

Depois seguimos pela trilha e nos deparamos com mais outra pequena serpente. Paramos em uma piscina natural para mais um banho. Ao final nos despedimos e voltamos de "buzão", chegando em PoA por volta da 00:00h.

Olha... a trilha é não é difícil para quem não tem costume de trilhar e na minha opinião é super simples (...e muito bonita). 

Bem, um dos meus projetos é explorar ao máximo os Cânions do RS e SC antes de partir para planos maiores. Certo que já estou programado para o próximo...

Abraços e até breve então!!!

domingo, 17 de dezembro de 2017

Parque das 8 Cachoeiras (terminando as 6 cachoeiras restantes)

Depois da experiência que tive junto as Cachoeiras Gêmeas Gigantes e Quatrilho, em São Francisco de Paula - RS, era hora de voltar e completar as trilhas que levavam as outras 6 cachoeiras restantes.

Peguei estrada (dessa vez sem muitas paradas) e segui direto para a Parque das 8 Cachoeiras, onde iria acampar de sábado (9/12/2017), para o domingo (10/12/2017). O camping é bom, com uma estrutura legal, mas os banheiros ainda deixam muito a desejar.

Montei barraca e logo partir para realizar as duas trilhas que levam as duas cachoeiras mais próximas (nível mais fácil de acordo com a graduação do Parque): Cachoeira do Remanso (nível 1) e Cachoeira Escondida (nível 2). A trilha mais fácil é a que leva até a mais bonita de todas as quedas d’água do local (minha opinião)... a Cachoeira do Remanso é espetacular e parece dividir-se em duas partes, sendo que a última faz uma curva que lhe confere um visual muito particular. Já a trilha que leva a cachoeira escondida há uma diferença enorme na dificuldade, o que faz você questionar a graduação (de um pra dois houve um salto considerável rsss).


Ravina: trilha nível 1... super fácil e rápida. Na minha opinião a mais linda de todas as belíssimas cachoeiras.




Escondia: nível 2 a sua trilha é bem mais difícil que a Ravina nível 1... mas nada que você não possa fazer tranquilamente.


Voltei já escurecendo para a barraca e entre umas 19h já estava desmaiado dormindo. No outro dia acordei as 7 horas e já fui me preparando para completar as demais trilhas. Comecei logo pela mais difícil: Pilões e Ravina.







Trilha que leva a Cachoeira dos Pilões. A água esculpiu as pedras em formato de um crânio (foi a imagem que me pareceu)






Ravina: exótica e de trilha difícil devido as pedras escorregadias e travessia de rio. Possui alguns lances com escada improvisada (uma pessoa com medo de altura ou de pouca idade pode ter dificuldade). Embora a mais difícil entra as 6 é muito mais fácil do que a Gêmeas Gigantes. Das 8 trilhas a que leva as Gêmeas Gigantes é a mais difícil.


A trilha que leva para a Pilões é  nível 4 e também não encontrei maiores complicações (nada como estar muito bem preparado fisicamente)... a queda d’água, assim como as demais, é única e parece ter um rosto esculpido na base de sua queda (eu vi uma caveira)... vale olhar para cima para ter a exata noção de quanto ela é alta, pois parece ser pequena a primeira vista. Se não me engano, da mesma trilha segui para a Ravina e aí sim você encontra uma certa dificuldade, pois é preciso atravessar um rio com água até a virilha... preferi não me arriscar por sobre as pedras que mais pareciam sabão... tirei-a e atravessei o rio a pé.

Quando você alcança a Ravina é possível tirar lindas fotos pois ela tem uma áurea muito diferente e selvagem, fica incrustada entre paredões, uma espécie de fenda ou cânion... mas sempre muito cuidado pois é fácil se acidentar naquele local e se isso acontecer vai ser muito difícil voltar ou o resgate chegar.

Chegou a hora de terminar o passeio e já no início da tarde segui para as outras duas que faltavam (lembram que fiz a Gêmeas Gigantes e Quatrilho na semana anterior? (Clique aqui e confira)... essas duas possuem trilhas bem mais fáceis e pitorescas também. Foi nela que uma cobra-do-bem (uma muçurana) cruzou o meu caminho rapidamente. E também rapidamente terminei essas duas trilhas que faltavam: Cachoeira da Neblina e Ronda.







As trilhas da Neblina e Ronda são muito bonitas, floridas, mas escondem alguns perigos. Toda atenção é  pouca...



Cachoeira Ronda: possibilidade de tirar lindas fotos e local super diferente.



Cachoeira da Neblina...


Na trilha da ronda, ao final da expedição, acabei me acidentando por excesso de confiança. Foi para evitar algumas pessoas que passavam no sentido contrário (as trilhas mais fáceis são bem movimentadas enquanto as mais difíceis você praticamente não encontra ninguém) sai da trilha, seguindo por entre a mata, apenas encostei em um entulho conjunto de metal enferrujado e extremamente cortante... resultado: isso foi o suficiente para ter alguns rasgos na perna. Estanquei o sangue pressionando um pano no local, lavei com água limpa e segui para concluir a trilha.

Ao final foi só retornar, lavar o ferimento com álcool (não tive maiores problemas, não deu infecção nem nada mais sério) e retornar.

Por que o Parque das 8 Cachoeiras foi uma experiência única?

Se pensarmos que aqui no RS existem ótimos campos escolas de escalada (vias de fácil acesso, mapeadas e sinalizadas) e com uma estrutura boa para camping e chalés... podemos dizer que o Parque das 8 Cachoeiras é um campo escola de trilha (hiking, trekking...) pois possui várias trilhas (algumas que não levam a cascatas necessariamente) bem mapeadas, sinalizadas e com dificuldades variadas. As trilhas não são turísticas com escada, corrimão... é pra quem gosta de aventura e dificuldade (rsss). Além disso possui estrutura para camping, chalés e etc... é possível sair de uma trilha e ir para outra com facilidade, depois voltar para a sua barraca ou chalé e partir para uma nova aventura no dia seguinte.

Se você pensa em fazer trilhas muito difíceis e longas, com muita dificuldade e selvagem... o Parque das 8 Cachoeiras pode ser a sua academia. Certamente será a minha...

Abraço e não se assustem com as cobras do local... lembre-se, nós somos os intrusos e elas possuem mais medo de nós do que nós delas.

Até a próxima aventura!!!
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Confira a primeira parte dessa aventura: 
 Cachoeiras Gêmeas Gigantes e Quatrilho

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PS - Na ida não deixem de conhecer a linda cidade de São Francisco de Paula. Tem muita coisa legal e o destaque fica pra uma biblioteca MUITO legal, bem no centro da cidade.
PS - Confira o vídeo dessa aventura: