sábado, 2 de fevereiro de 2019

Trilhas de PoA - RS: Trilhas do Osso, Tapera e Fortaleza (Itapuã - RS)

Morando há mais de um ano na cosmopolita capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre ou somente PoA como é também conhecida, sempre acabei saindo da cidade para a prática das atividades ao ar livre (trilhas e escaladas). É comum o porto alegrense se deslocar para outras cidades do RS para as práticas outdoors (Ivoti, São Francisco de Paula... entre outros) pois, embora os moradores dessa metrópole gostem muito de passear nos inúmeros parques da capital mais arborizada do Brasil, as suas trilhas são pouco conhecidas e praticamente não existe divulgação.

Sendo assim, com pouca informação, Foi assim que para explorar algumas trilhas aqui da cidade. Aproveitei as férias do meu filho (confira outras aventuras que já fizemos no RS clicando aquiaqui) para ter aquela parceria "tri legal" nesse "desbravamento".

A primeira a ser explorada foi a Trilha do Morro do Osso. Essa é bastante utilizada por ciclistas e fica dentro do Parque Municipal Morro do Osso. O parque encontra-se no bonito bairro de Ipanema (zona sul de PoA), é uma trilha rápida e que oferece uma interessante visão da cidade. Depois fomos no Morro da Tapera, no bairro Campo Novo, ainda mais ao sul (a zona sul de PoA é uma região mais rural e com mais área verde que a urbanizada zona norte). Por fim fomos para o extremo do extremo sul da região metropolitana, já no Município de Viamão, no Parque Estadual de Itapuã, conhecer a trilha fortaleza (maior das três trilhas que se pode fazer por lá).

A descrição de cada uma delas segue abaixo:


***TRILHA MORRO DO OSSO***

Foi aproveitando um domingo de sol que seguimos de ônibus para essa trilha. Descemos no ponto, próximo de um supermercado (acho que era o BIG) do bairro Vila Nova (o Google Maps te dá todas as dicas para chegar lá) e começamos  uma pequena caminhada até o início do parque. Nesse encontramos o centro de informações aberto, mas fomos direto para a trilha. Com menos de uma hora você chega ao primeiro mirante e no mesmo local encontra uma placa mostrando o caminho para a pedra Pé-de-Deus. A trilha é isso! Se você seguir mais adiante irá se deparar com uma vila (pesquisando descobri que era indígena) que resolvemos  não conhecer (alguns sites orientam a não adentrar nessa vila).






O Parque é muito bem sinalizado. Algumas trilhas são permitidas apenas com a presença de guias do parque.


Pesquisando um pouco mais, descobri que há uma trilha B, com um nível de dificuldade maior. Entretanto, essa só  pode ser feita com um guia do parque. Há também muitos relatos de assaltos no local, geralmente no fim da tarde e a pequenos grupos de mulheres que vão lá curtir a trilha.





Um belo mirante da cidade. Chegou nesse ponto há a opção de seguir para a trilha do Pé-de-Deus e só...!!!










Ao final chegou a hora de comemorar conforme a tradição do sul: uma boa carne e um bom vinho. Sim, vivi para poder tomar um bom vinho com o meu filho!!!


A visão é bem legal, a trilha é fácil e curta, e a pedra pé de deus é um atrativo a mais (não subimos a pedra, mas ela tem esse nome pois há uma marca que lembra um pé no topo).


***MORRO DA TAPERA***

Esse não trata-se de um parque e para chegar foi um pouco mais complicado. O principal e mais conhecido acesso a trilha se dá por um terreno  particular, cujo proprietário passou a não permitir a entrada. Sendo assim, nos informamos em um bar próximo e descobrimos que era preciso ir até uma casa que vende caldo de cana (bem próximo desse bar) onde seríamos informados como chegar na trilha.

O caminho é esse: você passa por uma vila, atravessa um portãozinho de madeira e inicia a trilha. O caminho é sujo e não passa a menor segurança mas com poucos minutos você já se encontra em uma trilha fechada, com muitas teias de aranha, barulho de pássaros, insetos e toda a natureza que espera encontrar. A subida é um pouco íngreme em alguns trechos e como fomos no horário de meio dia, o sol estava assassino.

O topo vale muito o esforço pois a visão que você tem da capital gaúcha é ímpar. Acredito que nenhum outro lugar te proporcione mais de 180° de contemplação dessa metrópole as margens do Guaíba.

Sem sombra de dúvida a visão mais bonita que já tive da cidade!!!










Essa trilha é a que possibilita a visão mais fantástica da cidade. 







Ao final repomos as energias provando uma das principais especialidades da capital gaúcha: o rodízio de pizza com as tradicionais pizzas de sorvete e gemada com banana. 











Eu comi 12 fatias e o Mikael (meu filho) algo em torno de 15 ou 16. De todas destaco a gemada com banana e pizza de sorvete (uma tradição gaúcha), logo embaixo:




***TRILHA FORTALEZA***

O legal dessa trilha é estar dentro de um parque mais isolado e com maior controle ambiental. Além disso, é lá que acontece o encontro das águas do Guaíba com a Lagoa dos Patos. Não fica bem na Cidade de Porto Alegre e sim em Viamão, um dos municípios da Região Metropolitana de PoA.

Bem, o parque oferece apenas dois horários para as trilhas: um as 9h da manhã e outro as 16h. Contrariando a previsão de chuva, fomos surpreendidos com um sol forte e calor intenso, o que nos motivou a sair de casa.

Acabamos saindo um pouco em cima da hora para ir até o Centro Histórico de PoA para encontrar o único ônibus que vai até próximo do parque e com isso decidimos ir em outro coletivo até a metade do caminho e depois seguir de uber. Sim, o transporte público para o extremo sul de Porto Alegre é algo bastante precário tanto em número de linhas como horários. O uber nos custou quase R$70,00 do Supermercado Zafari da Juca Batista (Ipanema) até o Parque Estadual de Itapoã, em Viamão.

O caminho é muito bonito e você acaba conhecendo um lado de Porto Alegre que poucos conhecem. A zona zul de PoA é uma área com características rurais, muitas fazendas, casas baixas, animais (carneiros, cavalos, bovinos...) e que mantém todo um ar de cidade de interior. É também na zona sul que fica "Os Caminhos Rurais", uma rota turística pouco explorada em PoA, onde você pode montar a cavalo, pescar, nadar, fazer trilhas e degustar a culinária "campeira" gaúcha (incluindo o famoso café colonial).

Bem, depois de uma longa estrada (o uber até quebrou uma peça no caminho) chegamos a entrada do Parque. Lá é preciso se identificar e adquirir a sua entrada (
nos finais de semana costumam se esgotar nas primeiras horas da manhã).

Chegando lá assistimos um vídeo sobre a história do parque que fala um pouco sobre a exploração de granito (que devastou o local por um bom tempo), de toda a luta para a criação do  parque e a atual política de preservação. Após essa etapa... #partiutrilha

A trilha é muito legal e belas paisagens. Infelizmente não conseguimos ver os tão estudados bugios (os alunos de biologia da UFRGS costumam frequentar o parque para fim de pesquisa) e tão pouco encontrar a onça que foi vista recentemente circulando pelo lugar.












Ao final da trilha ainda há direito a um banho no lago Guaíba (nessa região o lago já é próprio para banho).

Um indicador que utilizo para saber se a trilha foi legal são os comentários do meu filho. Como todo adolescente (dessa nova geração) ele sempre prefere ficar em casa, saindo meio que forçadamente, o que acaba gerando (nele) um senso crítico muito grande sobre as aventuras que fazemos. Quando, mesmo dois dias depois, ele "do nada", comentou que "a trilha do parque foi legal"... eu tive a certeza que ele gostou muito.

Abraço e até a próxima!!!

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VÍDEO DESSA AVENTURA:
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