sábado, 8 de fevereiro de 2020

Lagoinha do Leste - Jan 2020 - Parte 1 (Acampamento Selvagem)

18-01-2020

Fitz Roy, Aconcágua, Ban Gioc e Lagoinha do Leste são os locais que tenho mais vontade de conhecer. Depois de conhecer o primeiro (clique aqui para ler essa aventura) o mais disponível é a Lagoinha do Leste pela sua localização (moro no Estado do Rio Grande do Sul e essa praia fica na vizinha Santa Catarina).

Percebi que seria possível fazer essa trilha com o meu filho que já não via há quase um ano (faz faculdade em outra região do país). Pai coruja que sou, achei perfeita a ideia de acampar na praia com o moleque (pra nós pais os filhos sempre serão crianças) e uma ocasião perfeita para um momento pai-e-filho.

Para acampar na Lagoinha do Leste é preciso levar de tudo pois é uma praia "selvagem" ou seja, sem estrutura de camping. Para quem vai acampar não há energia elétrica, Wi-Fi, internet, sinal de celular... entretanto, há algumas facilidades: 

1) Um ponto de água central logo no início da praia (perto da entrada/saída para o Matadeiro) em que frequentadores se revezam para encher cantil, garrafas, baldes, lavar louça e tomar banho (alguns do jeito que vieram ao mundo rsss);

2) Há algumas barriquinhas que vendem comida e bebida por um valor mais caro do que o normal (justificado pela comodidade e logística de transporte);

3) Por fim alguns botes que fazem transporte de quem não quer se cansar nas trilhas. 

Sendo assim a praia não é tão intocada mas o camping continua sendo selvagem devido a ausência de estrutura como banheiros, cozinha, energia... etc.

Nossa aventura começou dia 18/01/2020 partindo da rodoviária de Porto Alegre para Florianópolis (Floripa). A passagem foi comprada para o horário das 8:40h da manhã e com chegada prevista para as 17:30h. 

No horário marcado, embarcamos com tranquilidade. A viagem foi serena e pelo caminho passamos por cidades belíssimas, que fazem justiça a fama que Santa Catarina tem de ser um dos lugares mais lindos do Brasil. Chegamos em Floripa 30 minutos antes do previsto e a primeira impressão foi positiva. A rodoviária é uma das mais bonitas que já vi sendo bem organizada, limpa e passando segurança para os usuários.


#partiufloripa


Com meu filho. Privilégio ter vivido pra mais esse momento!!!


Chegando em Floripa, a ilha da magia... uhuuuu!!! Espetacular...


Logo pedimos um Uber para o hostel pois não iria chegar cansado de viagem e encarar cerca de 3 horas em uma trilha que não conheço, por mata e a noite ainda. O destino era o Hostel Casa Terra, na famosa praia do Campeche. O Campeche é uma praia, no sul da ilha de Florianópolis, totalmente urbanizada, de enorme beleza e famosa por proporcionar ondas perfeitas para a prática de surfe. Entretanto, a escolha se deu por ser o melhor custo benefício nas proximidades da Praia do Matadeiro, local de início da trilha.

Pelo caminho o que mais chama a atenção é a beleza natural da zona sul de Floripa. Pelo o que eu entendi o norte é mais urbano, com praias badaladas como Jurerê, Ingleses, Canasvieiras... enquanto a zona sul é mais roots raiz, com praias de menor badalação, mais famíliar, lugar mais propício a prática de esportes e contemplação da natureza. Algumas praias famosas do Sul de Floripa: Campeche, Armação, Matadeiro...

Chegamos no hostel, fizemos check-in.  Aproveitamos o resto de tarde para conhecer a praia e procurar algum lugar para comer antes de dormir. 

A Praia do Campeche é um lugar realmente lindo. Com casas e prédios em total harmonia com a praia nativa. A preservação da faixa de restinga é algo que me chamou a atenção: há trilhas que ligam a praia ao calçadão sem afetar a vegetação. 


Praia do Campeche... lugar perfeito!!!


"Choppinho" com o filhão!!! Esperei ele fazer 18 anos pra isso.


"Padoca" responsa.



Aproveitando tudo o que o lugar tem de melhor.Ótima qualidade de serviço, produtos e preço justo. 

Aproveitamos bem aquela noite mas voltamos cedo para dormir pois, no dia seguinte acordaríamos por volta das 8h para tomarmos café e seguir rumo a Praia do Matadeiro, começando enfim a nossa trilha para a Lagoinha.

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LEIA A SEGUNDA PARTE DESSA AVENTURA:


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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Lagoinha do Leste - Jan 2020 - Parte 2 (Acampamento Selvagem) 19, 20 e 21-01-2020

19-01-2020

Após uma ótima noite de sono, fomos acordados pelo sol na janela do quarto e partimos para o café da manhã. Demorou um pouco pois havia um bolo que estava sendo feito na hora mas... assim que ficou pronto nos atiramos na mesa para comer tudo que tínhamos direito.

Após o café chamamos um uber e esse nos levaria até o final da praia da armação/início da Praia do Matadeiro onde é o início da "Trilha do Matadeiro" (a maior, mais difícil e mais bonita das duas trilhas que dão acesso a Praia da Lagoinha do Leste). Nessa trilha é preciso atravessar toda a Praia do Matadeiro e fizemos isso com duas mochilas de 70 litros nas costas. Você desembarca ao lado de uma peixaria e segue a pé pela areia da praia até o final, onde tem início a trilha que começa por um caminho de cimento que logo vai se transformando em terra batida. No início você é  protegido do sol por uma mata fechada e essa te abandona logo a frente. Quando surge alguns espaços abertos entre a vegetação é possível ter uma bela visão da orla e nessa etapa fizemos uma ou duas paradas (estávamos com muitos equipamentos nas costas e já castigados pelo sol/calor).

A paisagem é realmente linda e você beira um grande penhasco por boa parte do trajeto. Não é fácil fazer com muito peso nas costas, mas com calma é completamente viável. Quando termina a trilha e você chega na praia, tem a sensação de estar chegando ao paraíso... indescritível!!!



Paisagem pela trilha do matadeiro é de tirar o fôlego... literalmente!!!


No dia que chegamos a praia ainda estava cheia por conta do final de semana (muitas pessoas vão acampar na sexta ou sábado para voltar no domingo), mas logo muitos começaram a desmontar acampamento e irem embora (chegamos no domingo). Então  fica a dica pra quem procura sossego: vá durante a semana!

Encontramos um lugar interessante para armar a barraca, logo que nos instalamos interagimos um pouco com o lugar e as pessoas, para em seguida descansar. No dia seguinte precisaríamos de toda energia para curtir aquele paraíso.



Barraca montada, só descansar para curtir o local no outro dia!!!


20-01-2020

No dia seguinte acordamos cedo, tomamos café e corremos para a praia. Mergulhamos e nadamos muitos. Fizemos belíssimas tomadas com a GoPro tanto na praia quanto na lagoa (bom para tirar o sal do corpo).


Acordar e ter a praia só pra você. Acampar tem o seu valor!!!

A dica é quando for entrar na água da praia tomar cuidado com os muitos caranguejos que ficam bem no raso. Eles são achatados, grandes e você só os percebe depois de tomar uma "puãzada" por ter pisado neles. Lembre-se que ali é a casa deles e não a sua (interaja com o ambiente responsavelmente).

Depois de muito aproveitar a água, resolvemos seguir para o mirante do morro da coroa logo cedo. Esse mirante, na minha opinião, é o ponto alto da praia (em dias de pico há até fila para tirar foto). Alcançamos o local fazendo uma escalaminhada um pouco íngreme, cansativa e que requer bastante atenção (é um pouco exposta). Como fomos cedo, logo que acordamos, estava apenas com um casal curtindo a vista e esse logo deu lugar para nós tirarmos muitas fotos, com direito a vídeo. 


Escalaminhada para o mirante do morro da coroa: Uma das vezes em que paramos para pegar folego e se esconder do forte sol.

Após muitas fotos voltamos para a praia mergulhar... foi então que entrou água no meu ouvido e isso se tornou um inferno incomodo muito grande desde então. Almoçamos um miojo (...que nojo kkk), interagimos com outras pessoas que estavam acampando, curtimos um pouco mais a praia e enfim fomos dormir cedo.









Ponto alto da praia certamente é o mirante do morro da coroa. Muitas e muitas fotos nesse local indescritível. Momento único certamente.


21-01-2020

No dia seguinte acordei com o ouvido inflamado e resolvi procurar uma farmácia. Saímos da praia pela Trilha do Pântano do Sul que é mais curta e embora insistam em dizer que é muito mais fácil, não achamos. O que "pega" é a inclinação muito mais íngreme que qualquer trecho da Trilha do Matadeiros.

Chegando na Praia do Pântano do sul tivemos que pedir um Uber até a Armação pois, lá é onde está a farmácia mais próxima. Nessa farmácia comprei anti-flamatório, analgésico, um medicamento otológico e voltamos pela mesma trilha. 

Ao final (eu já medicado) decidimos desmontar a barraca e ir embora pois estava para chegar uma forte chuva (permaneceria por cerca de uma semana ou mais no local) e ficar dentro da barraca, sem nada pra fazer, com comida limitada, ouvido inflamado... não seria nada legal. 


Estava decidido: iríamos antecipar a nossa volta. Fizemos 4 vezes essa trilha em um dia.


Desmontamos a barraca, nos despedimos do local e agradecemos pela experiência incrível que tivemos (no final das contas fizemos essa última trilha 4x em um mesmo dia). Eu particularmente sou muito grato por ter esse tipo de momento com o meu filho, hoje já um homem. 

Do Pântano do Sul pegamos um uber para a rodoviária e de lá não foi difícil encontrar logo um ônibus para PoA. Agora é só aguardar as próximas aventuras.

Até lá.
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LEIA  A PRIMEIRA PARTE DESSA AVENTURA:
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