Para quem não conhece, os Molhes da Barra é uma obra de hidráulica marítima de pedras (há quem diga que é a segunda maior obra de engenharia naval do mundo), construído em 1911 e com quilômetros de extensão ao mar possui o objetivo de proteger a entrada e saída de navios pela Lagoa dos Patos.
Bem, escolhi o lado leste para visitar primeiro porque lá é a casa de leões e lobos marinhos, que podem ser avistados durante todo o ano, mas em maior quantidade na primavera. É justamente nessa estação que os grupos deixam o Uruguai e Argentina em direção ao litoral gaúcho. O que motiva essa migração é a busca por maior oferta de comida.
Como nunca vi esses bichos de perto e soltos na natureza, essa era uma oportunidade única.
Como a cidade em que estou, Rio Grande, não faz contato terrestre direto com o município vizinho de São José do Norte (SJN), onde fica o lado leste dos Molhes, eu teria que pegar uma balsa e depois um ônibus até lá. Bem, não encontrei quase nada de informação a esse respeito na internet.
Com muita procura encontrei no Facebook uma página sobre São José do Norte e lá fui informado que havia ônibus e a rodoviária da cidade ficava bem próxima da estação aquaviária de SJN... essa informação era tudo o que eu precisava.
Trajeto definido, acordei bem cedo e fui pegar a balsa que faz a travessia de Rio Grande para São José do Norte (SJN). Essa balsa sai de hora em hora e só esse passeio já compensa a aventura pois são em média 30 minutos que você percorre a costa de Rio Grande e depois tem um linda visão de São José do Norte, podendo observar diversas aves que vivem sobre a Lagoa dos Patos, a maior do Brasil.
Desembarcando na hidroviária de SJN caminhei para a rodoviária daquela cidade (bem ao lado). O detalhe é que você só consegue comprar a passagem para a Barra (Molhes Leste) perto do horário do ônibus, pois ela fica fechada a maior parte do dia abrindo apenas um pouco antes da saída dos mesmos. Sem falar que são poucos os horáriose o último retorno é as 18h (precisa ir cedo).
Na balsa sentido São José do Norte.
O caminho que o ônibus percorre é tortuoso e estreito. Uma estrada de paralelepípedo estreita, com muitas curvas e bem desnivelada. O percurso leva em média 1h ou mais, mas o ponto positivo é que a parada final é muito perto de onde irá começar a sua caminhada.
Bem, após uma viagem em um ônibus pequeno e apertado, cheio de passageiros, enfim desci no último ponto e fui adentrando nas dunas que antecedem os Molhes. Aí sim começa a aventura.
Do ponto final ao começo do trajeto a distância é muito pequena. Você praticamente desce onde deve começar a caminhar. Durante o caminho encontrei diversos cães e um desses decidiu me guiar até o começo dos Molhes.
Cão que me acompanhou no início do caminho.
Com uns 10 a 20 minutos de caminhada você chega ao começo dos Molhes, em uma bela praia, quase deserta, frequentada apenas por alguns poucos surfistas. Você caminha por horas ao lado do paredão de pedras que dá forma a essa barreira. As ondas do mar batem com violência contra esses paredões, as vezes, proporcionando-lhe uma refrescante ducha.
Em uma certa altura há uma placa ressaltando a importância da preservação dos leões marinhos. Ali já é possível escutar o rugido desses animais que, me proporcionou um misto de medo, ansiedade e euforia. Na época que eu fui a grande maioria deles já havia retornado para o Uruguai. Chegaram em um grupo de aproximadamente 200 mas encontrei apenas 20 ou 30 animais por lá. A emoção de vê-los livres na natureza é INDESCRITÍVEL.
Após uns 30 minutos admirando a beleza desses animais segui por um caminho de pedra até o farol que sinaliza as embarcações. O caminho não é recomendado fazer por haver perigo de cair entre as pedras.
Registro feito no caminho até o farol dos molhes.
A volta é só ter paciência e seguir o mesmo caminho que fez, esperar o "buzão" e passar frio na volta de barco... isso já de noite. Voltei mais uma vez, só que levando o meu filho... que também ficou super eufórico com os leões e lobos marinhos.
Foi tão legal que tive que levar o meu filho para conhecer. Nem preciso falar que ele gostou do passeio.
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