sábado, 20 de maio de 2017

Escalada na Pedra do Pontilhão. Domingos Martins, ES - Brasil

Depois de conseguir uma semana de descanso no trabalho, voei pra Vitória, no Estado do Espírito Santo, para matar a saudade da minha terra. Aproveitei para escalar a Pedra do Pontilhão (encontra como Pedra dos Ventos no Google), no Município de Domingos Martins. 

A Pedra dos Ventos é um caminho férreo com uma paisagem muito bonita, onde muitas pessoas vão tirar fotos, fazer caminhada, rapel e é claro, escalada. Lá há algumas vias bem interessantes e a escolhida foi a via Luz no Fim do Túnel com graduação D1 5º VI E2 em aproximados 140 metros em 3 enfiadas. 


Croqui da via Luz no Fim do Túnel.


Para chegar ao local a estrada não é muito ruim, mas você passa por uma subida bem íngreme, algumas plantações e estaciona o carro ao lado de uma casa que pertence a Cia Férrea da região. Depois segue pela estrada de ferro, passando pelo túnel do trem e então já está no começo da via.

Na boca do túnel você precisa descer até o Rio Jucu para começar a escalada, mas como estávamos com o tempo muito curto, decidimos começar daquele ponto, o que embora corresponde a metade do percurso ou pouco mais do que isso (2 enfiadas) é onde ficam os trechos com maior dificuldade. 


Resolvemos começar na altura da boca do túnel, economizando o tempo da descida até a margem do Rio Jucu e uma enfiada. Essa escolha foi super importante pois como começamos no meio da tarde terminamos a escalada com um rapel no meio da escuridão da noite (você contempla inúmeros vaga-lumes naquele local a noite).


Achei a via tranquila apesar da minha abstinência em escalar desde que me mudei para o Estado do Rio Grande do Sul. Como o que eu mais busco na escalada é o prazer da contemplação em detrimento ao desafio imposto pela dificuldade da via... para mim estava tudo perfeito. Perfeito pois essa é uma das vias mais bonitas que já fiz.



Primeira enfiada (segunda no Croqui)


O "diabinho da desistência" por diversas vezes tentou me convencer a rapelar e ir embora. Teimoso, não o escutei e segui em frente. O bom dessa via é que em determinada enfiada você perde o contato visual com o seu parceiro, o que te dá mais "privacidade" para buscar a melhor maneira de contornar os obstáculos. No começo tive dificuldade em encontrar as agarras (é uma via de aderência) mas com o tempo fui pegando o jeito e tudo clareou. 


Parada para a segunda enfiada (terceira do Croqui).


Como filmamos bastante, tiramos muitas fotos e eu demorei muito para resolver os meus "problemas" sozinho (rsss), descemos ao anoitecer em um rapel que sai por cima da boca do túnel da linha de trem.




Fazendo a segunda enfiada. Diversas vezes parava para contemplar a paisagem. 





Parada para a segunda (terceira no Croqui) e última enfiada e descida de rapel já na escuridão da noite.


Esse detalhe é importante porque é preciso prestar muita atenção em duas coisas:

1 - Se há algum sinal de algum trem se aproximando pois caso isso aconteça é preciso esperar para descer;

2 - Há algumas colmeias com abelhas por cima da boca do túnel de trem. Quando a descida torna-se negativa é preciso prestar muita atenção para não balançar e enfiar o pé em uma dessas colmeias... também é preciso jogar a corda com cuidado para não bater em uma delas.




O Expresso Café 37 é uma ótima parada pós escalada na Luz do Fim do Túnel. Fica a esquerda de quem vai no sentido Vix --> Domingos Martins.


Bem, a aventura foi muito legal e pretendo escalar lá outras vezes... só que começando lá de baixo. Ao final dessa escalada vale a dica de passar no Expresso Café 37 antes de retornar a Vix e apreciar as deliciosas opções de cafés quentes e gelados que eles possuem por lá, repondo as energias gastas.

Abraço a todos e até a próxima aventura!!!


Não esqueça de assistir o vídeo dessa aventura. Curta a nossa página no Facebook, inscreva-se no nosso canal do Youtube ;)



quinta-feira, 11 de maio de 2017

Hiking no Pico da Bandeira (2891m, 0ºC)

07/05/2017

Na ocasião estava morando em Rio Grande, cidade do Estado do Rio Grande do Sul que fica no extremo sul do Brasil (quase fronteira com o Uruguai). Por essa razão, para subir o Pico da Bandeira (segundo ponto mais alto do Brasil) seria necessário um logística cansativa: 5 horas de ônibus até a Porto Alegre e depois um voo para Vitória com conexão em São Paulo (cerca de 9 horas de viagem do RS para o ES). Em Vitória, capital do ES, tirei um rápido cochilo e na madrugada seguinte, de carro, segui para o lindo Parque Nacional do Caparaó (5 horas de viagem), na divisa entre os Estados do Espírito Santo e Minas Gerais.






Uma viagem longa de Rio Grande até o Parque Nacional do Caparaó, na divisa entre os Estados do Espírito Santo e Minas Gerais. Avião, ônibus e carro.


A estrada que leva para o parque tem alguns trechos complicados, mas nada impossível de ser superado. Uma vez no Parque, no acampamento mais próximo da subida (faça a reserva antecipadamente), não foi preciso pagar a taxa pois a cobrança pois a mesma havia sido suspensa por força de uma liminar(naquela ocasião). Comemos, tomamos um bom chimarrão para espantar o frio e depois fomos dormir, dentro do carro mesmo, para ter energia suficiente para a caminhada.




Hora de dormir para fazer a trilha na madrugada. Optamos por dormir no carro. Na última foto o meu filho "tirando um sarro" da localização do GPS (no meio do nada rsss).


O legal dessa caminhada é fazê-la a noite para contemplar o nascer do sol do cume. O frio na nossa chegada estava suportável mas quando começamos a trilha ele tornou-se um grande vilão. Subestimamos isso com pouca roupa. O ar um pouco mais rarefeito também incomoda bastante.




Caminhada em meio a neblina e muito frio.


Comecei puxando a caminhada e fomos adentrando na trilha, alcançando alguns pontos com altitudes elevadas. Quando chegamos na altura das nuvens essas surgem na forma de nevoeiro, impossibilitando ver mais de 2 metros adiante.

Nesse ponto apareceu um grupo que estava perdido. Eles começaram a nos acompanhar e em alguns momentos acabaram nos atrapalhando... expliquei o que acreditava ser o caminho para o cume e deixei eles se distanciarem, guiando com mais segurança quem estava comigo.

A minha bota, já com um solado bem gasto, me rendeu alguns tombos (meu filho amou kkk) e já sentindo o efeito da falta de ar e cansaço da longa viagem feita para ali estar, deixei o meu filho assumir a dianteira (conduziu muito bem).

Foi então que visualizamos aquilo que acreditávamos ser o cume... e era! Como fomos os primeiros a chegar logo nos acomodamos naquele que acreditávamos ser o melhor lugar. Em seguida começou a chegar muita gente... o local começou a ficar bem cheio. Abri uma capa de chuva grande que levava comigo e cobri eu e meu filho, esse que tremia bastante de frio. Agora era so aguardar o sol nascer.

Como era um dia de chuva, com bastante nuvens, essa espera foi agoniante... mas quando ele apareceu me deu uma sensação de que todo aquele esforço havia valido a pena. E valeu muito!!!







Bem, essa é uma aventura muito boa e pretendo voltar lá outras vezes para curtir as cachoeiras e outros atrativos que o Parque tem para oferecer. A dica que posso dar é: não subestime o frio pois sofremos muito com cãibras e hipotermia, leve algo quente para tomar (deixamos o nosso chimarrão no acampamento e deveríamos ter levado) e faça a trilha com bastante calma (pode sair 1:30 ou 2h da madrugada que dá tempo de pegar o nascer do sol).







No mais é isso aí. Só conferir as fotos e vídeos dessa aventura e até a próxima. 


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Assista e curta o vídeo que fizemos com as belíssimas imagens dessa aventura logo abaixo: