Depois de conseguir uma semana de descanso no trabalho, voei pra Vitória, no Estado do Espírito Santo, para matar a saudade da minha terra. Aproveitei para escalar a Pedra do Pontilhão (encontra como Pedra dos Ventos no Google), no Município de Domingos Martins.
A Pedra dos Ventos é um caminho férreo com uma paisagem muito bonita, onde muitas pessoas vão tirar fotos, fazer caminhada, rapel e é claro, escalada. Lá há algumas vias bem interessantes e a escolhida foi a via Luz no Fim do Túnel com graduação D1 5º VI E2 em aproximados 140 metros em 3 enfiadas.
Croqui da via Luz no Fim do Túnel.
Para chegar ao local a estrada não é muito ruim, mas você passa por uma subida bem íngreme, algumas plantações e estaciona o carro ao lado de uma casa que pertence a Cia Férrea da região. Depois segue pela estrada de ferro, passando pelo túnel do trem e então já está no começo da via.
Na boca do túnel você precisa descer até o Rio Jucu para começar a escalada, mas como estávamos com o tempo muito curto, decidimos começar daquele ponto, o que embora corresponde a metade do percurso ou pouco mais do que isso (2 enfiadas) é onde ficam os trechos com maior dificuldade.
Resolvemos começar na altura da boca do túnel, economizando o tempo da descida até a margem do Rio Jucu e uma enfiada. Essa escolha foi super importante pois como começamos no meio da tarde terminamos a escalada com um rapel no meio da escuridão da noite (você contempla inúmeros vaga-lumes naquele local a noite).
Achei a via tranquila apesar da minha abstinência em escalar desde que me mudei para o Estado do Rio Grande do Sul. Como o que eu mais busco na escalada é o prazer da contemplação em detrimento ao desafio imposto pela dificuldade da via... para mim estava tudo perfeito. Perfeito pois essa é uma das vias mais bonitas que já fiz.
Primeira enfiada (segunda no Croqui)
O "diabinho da desistência" por diversas vezes tentou me convencer a rapelar e ir embora. Teimoso, não o escutei e segui em frente. O bom dessa via é que em determinada enfiada você perde o contato visual com o seu parceiro, o que te dá mais "privacidade" para buscar a melhor maneira de contornar os obstáculos. No começo tive dificuldade em encontrar as agarras (é uma via de aderência) mas com o tempo fui pegando o jeito e tudo clareou.
Parada para a segunda enfiada (terceira do Croqui).
Como filmamos bastante, tiramos muitas fotos e eu demorei muito para resolver os meus "problemas" sozinho (rsss), descemos ao anoitecer em um rapel que sai por cima da boca do túnel da linha de trem.
Fazendo a segunda enfiada. Diversas vezes parava para contemplar a paisagem.
Parada para a segunda (terceira no Croqui) e última enfiada e descida de rapel já na escuridão da noite.
Esse detalhe é importante porque é preciso prestar muita atenção em duas coisas:
1 - Se há algum sinal de algum trem se aproximando pois caso isso aconteça é preciso esperar para descer;
2 - Há algumas colmeias com abelhas por cima da boca do túnel de trem. Quando a descida torna-se negativa é preciso prestar muita atenção para não balançar e enfiar o pé em uma dessas colmeias... também é preciso jogar a corda com cuidado para não bater em uma delas.
O Expresso Café 37 é uma ótima parada pós escalada na Luz do Fim do Túnel. Fica a esquerda de quem vai no sentido Vix --> Domingos Martins.
Bem, a aventura foi muito legal e pretendo escalar lá outras vezes... só que começando lá de baixo. Ao final dessa escalada vale a dica de passar no Expresso Café 37 antes de retornar a Vix e apreciar as deliciosas opções de cafés quentes e gelados que eles possuem por lá, repondo as energias gastas.
Abraço a todos e até a próxima aventura!!!
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