Chegou o tão aguardado dia! Retornar para aquela que foi a grande razão da minha ida a patagônia argentina: Sendero Laguna de Los Tres.
Era dia 27 de julho de 2018 e confesso que muitas coisas se passaram pela minha cabeça: medo, ansiedade, expectativa, receio, determinação mas uma coisa era certa... não voltaria sem chegar ao fim dessa trilha. Na primeira vez não consegui devido ao grande acumulo de neve e devido a grande tempestade. Hoje nada me tiraria o sucesso!
Sim, eu estava determinado e pensando que já não havia tanto a perder nessa vida. Esse tipo de pensamento é o que leva muitos aventureiros pagarem com a vida as suas ambições mas eu estava prudente. Logo a razão rapidamente me fazia pensar com mais lucidez e ponderar os riscos afim de sair inteiro, para ter o que contar.
Acordei as 5:30h, tomei banho, tomei café, arrumei as coisas. Nesse meio tempo apareceram o brazuca e a chilena que iriam me acompanhar (leia o post anterior) . Estava focado e disse que não esperaria ninguém e isso levou eles a se apressarem.
Partir para a trilha ainda na escuridão da noite. É possível ver nessa tomada a cidade de El Chaltén ao fundo.
O sol começou a nascer e isso fez um dos grandes espetáculos de El Chaltén: as montanhas com tonalidade de ouro. Quando o sol nasce reflete nas montanhas brancas pela neve, pintando-as de amarelo ouro (uau). Muitos fotógrafos saem de madrugada para as trilhas afim de registrar esse momento... eu fiz o mesmo!!!
Nascer do sol pintando as montanhas de amarelo ouro... visão incrível!!!
Fantástico amanhecer do sol.
A trilha antes coberta de gelo, agora limpa e segura. Dificuldade somente no penúltimo trecho.
Já no fim da parte mais tranquila da trilha. No meio do aclive. Foi justamente nessa parte que eu cai e lesionei o ombro... antes estava toda a trilha coberta de gelo e neve.
Um dos melhores pontos para se capturar imagens do Fitz Roy é de dentro de um rio que segue reto, sentido da montanha. Há pequenas trilhas que ligam a trilha principal a esse rio e só percebe isso quem se informou antes ou viu alguma das fotos tiradas desse lugar (o que era o meu caso he, he, he).
Há duas fotos que eu considero as mais bonitas de toda a aventura e essa é uma delas. No timer da câmera, com a ajuda de um pequeno tripé.
Esse rio antes estava com boa parte do seu leito congelado. Agora não mais!!! O que era um ótimo sinal de que houve um degelo considerável na montanha. Degelo é igual caminho favorável... nesse caso é claro.
Boa parte do aclive agora estava descongelado, mas no fim da parte complicada, deparei-me com aquilo que parecia quase impossível para continuar sem grampões. O gelo estava extremamente perigoso na trilha, com blocos enormes descongelando. Era possível ver pequenos rios que corriam por debaixo desses grandes blocos.
Degelo: formação de pequenos córregos de água por debaixo da neve e do próprio gelo.
Era possível escutar a água escorrendo por debaixo de você em alguns trechos. A esquerda a trilha completamente congelada.
Continuar pela trilha parecia impossível e perdi quase uma hora tentando encontrar um jeito de passar aquela parte mais complicada (sabia que depois o caminho seria bem fácil). Perdi tanto tempo que os meus colegas conseguiram me alcançar. Quando a chilena viu a trilha desistiu sem pensar muito e o colega brasileiro tentou por um caminho alternativo, mas desistiu também.
Eu continuei e sai da trilha naquela etapa, seguindo por um caminho alternativo entre rocha e neve fofa (afundava até a cintura em alguns trechos). Arrisquei uma escalada solo e quando passei o último obstáculo comemorei muito... a parte mais difícil tinha ficado para trás!!!
Depois foi só seguir até a montanha por um caminho tranquilo. Me acompanhando apenas o vento que assobiava em meus ouvidos. Lá a paz que encontrei era plena e assustadora. Dediquei muitas horas para aquele lugar, muitas horas naquela conquista.
Na volta encontrei a chilena meio que perdida na trilha. Começamos a regressar juntos e ela insistiu em nos guiar... só que pelo caminho errado rsss. Como já estava escurecendo, corrigi o erro e insisti para ela apressar o passo antes de anoitecer.
A janela de tempo bom já começava a ir embora. A medida que as horas iam passando o vento aumentava junto com o frio. Chegamos no início da noite... para a nossa sorte!!!
Esse foi o ponto alto dessa aventura! De todos os dias, de todas as pessoas incríveis que conheci, das minhas dificuldades, alegrias e descobertas... aquele foi o momento que fez tudo valer a pena. Simplesmente inesquecível!!!
A previsão do dia seguinte era de mau tempo, inclusive com neve. Fiquei na expectativa de visitar a cachoeira Chorillo del Salto, que é bem perto dali, e com neve he, he, he. A aventura já começava a entrar em contagem regressiva para o seu fim... bem, até o próximo post...
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Parte 1
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A foto acima é a minha segunda preferida!!! Também tirei sozinho usando o timer.
Fiquei pelo menos uma hora naquele lugar mágico, sozinho, apenas com o som do vento e os meus pensamentos!!!
Na volta encontrei a chilena meio que perdida na trilha. Começamos a regressar juntos e ela insistiu em nos guiar... só que pelo caminho errado rsss. Como já estava escurecendo, corrigi o erro e insisti para ela apressar o passo antes de anoitecer.
Visão de cima da montanha, na parte mais difícil da trilha.
A volta ainda rendeu lindas imagens... aí já no caminho errado. Ao invés de voltar indo para as Lagunas Madre e Hija.
Laguna Madre e Hija.
Placa com a indicação dos caminhos. Foi nesse ponto que erramos.
E a noite caiu... o tempo virou. A janela de tempo bom terminaria ali.
O que sobrou dos meus pés após essa trilha!!!
A previsão do dia seguinte era de mau tempo, inclusive com neve. Fiquei na expectativa de visitar a cachoeira Chorillo del Salto, que é bem perto dali, e com neve he, he, he. A aventura já começava a entrar em contagem regressiva para o seu fim... bem, até o próximo post...
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